O professor retomou a aula passada e passou a concluir a explicação a respeito da Transição Demográfica. O professor explicou o gráfico assumindo que a transição tem três etapas. Mas, há fontes que analisam a transição em quatro ou até cinco etapas.
Para os estudantes retomarem e aprofundarem, é disponibilizado o texto abaixo, que complementa o da aula passada, mas que analisa a transição em duas etapas:
"A transição demográfica se efetua em duas etapas. Para explicar, usaremos o exemplo europeu.
Europa
Até a metade do século XVIII, a expectativa de vida é de 25 a 30 anos aproximadamente. Como a mortalidade infantil é muito elevada, são necessários seis ou sete filhos por mulher para assegurar a reposição das gerações. A população só aumenta nos períodos prósperos, que são anulados pelos períodos de miséria e epidemias.
1ª etapa. A partir da segunda metade do século XVIII e no início do século XIX, a mortalidade regride em razão do desenvolvimento econômico, dos progressos da alimentação, da medicina e da higiene. Nesse primeiro período, a natalidade se mantém ou aumenta, o que produz a explosão demográfica. Na Europa do século XIX, i crescimento natural é de 10 a 15 por 1000.
2ª etapa. Corresponde à diminuição da natalidade, que chega mais tardiamente por razões culturais e religiosas. As francesas adotaram métodos contraceptivos (início do século XIX), quase um século antes do resto do continente.
Hoje, na Europa, a expectativa de vida se aproxima dos 80 anos e o número de filhos por mulher mal chega a dois.
"Países em Desenvolvimento"
Fora da Europa e da América do Norte, a transição demográfica iniciada a partir dos anos 1950 ocorre muito mais depressa e com mais amplitude.
Logo após o término da Segunda Guerra Mundial, os progressos no combate as doenças infecciosas e parasitárias são postos em prática por programas organizados com a colaboração da Organização Mundial da Saúde (OMS). Nos países do Terceiro Mundo, a expectativa de vida passa de 30 a 50 e até mesma a 60 anos, enquanto a fecundidade continua elevada (de sete a oito filhos por mulher), produzindo aumentos que podem passar de 30 por 1000. É a chamada "explosão do Terceiro Mundo", pois de 1950 a 1987 a população mundial duplica, passando de 2,5 bilhões para 5 bilhões.
No presente, o declínio da fecundidade é um fato em todo o planeta. Porém, enquanto os europeus levaram quase dois séculos para passar de seis a pouco menos de dois filhos por mulher, na China, por exemplo, essa mudança se deu em trinta anos (1960-1990). Com uma expectativa de 70 anos ao nascer, hoje esse país se aproxima dos padrões europeus.
Atualmente, a Índia, a Indonésia e a maioria dos países da América Latina estão a meio caminho da transição demográfica. Os menos adiantados (PMA) são os países da África e alguns países islâmicos.
A Transição Demográfica na China
Nos países desenvolvidos a transição demográfica se estendeu por dois séculos e terminou na primeira metade do século XX.
Nos países em desenvolvimento, ela teve início depois da Segunda Guerra Mundial,como se vê aqui em relação à China, que limitou, de forma autoritária, o número de filhos a um ou dois por casal, ao mesmo tempo que os processos sanitários permitiram a redução da mortalidade e o aumento da expectativa e vida.
Uma Grade de Leitura?
Nos anos de 1930, o francês Adolphe Landry expõe esse esquema da evolução da população europeia qualificando-o de "revolução demográfica". A expressão demographic transition é inventado depois da Segunda Guerra por autores americanos (Frank Notestein, Kingsley Davis) que a aplicam aos países em desenvolvimento para formular hipóteses sobre seu futuro demográfico.
O fim dessa transição marcaria o encerramento de um processo histórico - que se tornou, para os demógrafos, uma verdadeira grade de leitura - que permite prever a estabilização geral da população mundial por volta de 2050 e um mundo em que a expectativa de vida chegaria ao teto de 85 anos e a fecundidade, a dois filhos por mulher.
Entretanto, dois novos fenômenos podem abalar essas previsões: a explosão da Aids na África, e a crise sanitária no Leste Europeu e da antiga URSS."
(Fonte: DORTIER, Jean-François. TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA. In: DORTIER, Jean-François. Dicionário de Ciências Humanas. Tradução Márcia Valéria Martinez de Aguiar. São Paulo: Editora WMF e Martins Fontes, 2010, 730 p., p. 624).
Para os estudantes retomarem e aprofundarem, é disponibilizado o texto abaixo, que complementa o da aula passada, mas que analisa a transição em duas etapas:
"A transição demográfica se efetua em duas etapas. Para explicar, usaremos o exemplo europeu.
Europa
Até a metade do século XVIII, a expectativa de vida é de 25 a 30 anos aproximadamente. Como a mortalidade infantil é muito elevada, são necessários seis ou sete filhos por mulher para assegurar a reposição das gerações. A população só aumenta nos períodos prósperos, que são anulados pelos períodos de miséria e epidemias.

1ª etapa. A partir da segunda metade do século XVIII e no início do século XIX, a mortalidade regride em razão do desenvolvimento econômico, dos progressos da alimentação, da medicina e da higiene. Nesse primeiro período, a natalidade se mantém ou aumenta, o que produz a explosão demográfica. Na Europa do século XIX, i crescimento natural é de 10 a 15 por 1000.
2ª etapa. Corresponde à diminuição da natalidade, que chega mais tardiamente por razões culturais e religiosas. As francesas adotaram métodos contraceptivos (início do século XIX), quase um século antes do resto do continente.
Hoje, na Europa, a expectativa de vida se aproxima dos 80 anos e o número de filhos por mulher mal chega a dois.
"Países em Desenvolvimento"
Fora da Europa e da América do Norte, a transição demográfica iniciada a partir dos anos 1950 ocorre muito mais depressa e com mais amplitude.
Logo após o término da Segunda Guerra Mundial, os progressos no combate as doenças infecciosas e parasitárias são postos em prática por programas organizados com a colaboração da Organização Mundial da Saúde (OMS). Nos países do Terceiro Mundo, a expectativa de vida passa de 30 a 50 e até mesma a 60 anos, enquanto a fecundidade continua elevada (de sete a oito filhos por mulher), produzindo aumentos que podem passar de 30 por 1000. É a chamada "explosão do Terceiro Mundo", pois de 1950 a 1987 a população mundial duplica, passando de 2,5 bilhões para 5 bilhões.
No presente, o declínio da fecundidade é um fato em todo o planeta. Porém, enquanto os europeus levaram quase dois séculos para passar de seis a pouco menos de dois filhos por mulher, na China, por exemplo, essa mudança se deu em trinta anos (1960-1990). Com uma expectativa de 70 anos ao nascer, hoje esse país se aproxima dos padrões europeus.
Atualmente, a Índia, a Indonésia e a maioria dos países da América Latina estão a meio caminho da transição demográfica. Os menos adiantados (PMA) são os países da África e alguns países islâmicos.

A Transição Demográfica na China
Nos países desenvolvidos a transição demográfica se estendeu por dois séculos e terminou na primeira metade do século XX.
Nos países em desenvolvimento, ela teve início depois da Segunda Guerra Mundial,como se vê aqui em relação à China, que limitou, de forma autoritária, o número de filhos a um ou dois por casal, ao mesmo tempo que os processos sanitários permitiram a redução da mortalidade e o aumento da expectativa e vida.
Uma Grade de Leitura?
Nos anos de 1930, o francês Adolphe Landry expõe esse esquema da evolução da população europeia qualificando-o de "revolução demográfica". A expressão demographic transition é inventado depois da Segunda Guerra por autores americanos (Frank Notestein, Kingsley Davis) que a aplicam aos países em desenvolvimento para formular hipóteses sobre seu futuro demográfico.
O fim dessa transição marcaria o encerramento de um processo histórico - que se tornou, para os demógrafos, uma verdadeira grade de leitura - que permite prever a estabilização geral da população mundial por volta de 2050 e um mundo em que a expectativa de vida chegaria ao teto de 85 anos e a fecundidade, a dois filhos por mulher.
Entretanto, dois novos fenômenos podem abalar essas previsões: a explosão da Aids na África, e a crise sanitária no Leste Europeu e da antiga URSS."
(Fonte: DORTIER, Jean-François. TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA. In: DORTIER, Jean-François. Dicionário de Ciências Humanas. Tradução Márcia Valéria Martinez de Aguiar. São Paulo: Editora WMF e Martins Fontes, 2010, 730 p., p. 624).
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